SINOPSEComo desenvolver uma filosofia do amor, sem acabar com a magia dessa emoção? E definir o que parece tão indefinível, como o sentimento? O filósofo Simon May se deparou com essas e muitas outras questões na hora que escolheu investigar o imaginário do amor no Ocidente. Mas foi fundo num extenso e original estudo, que atravessou dois mil e quinhentos anos do pensamento ocidental, percorrendo a obra de escritores e filósofos de todas as épocas que se debruçaram sobre o tema, como Aristóteles, Nietzsche, Proust e Freud.
Segundo o autor, o ideal de amor que temos hoje ainda está atrelado a certo Romantismo do século XIX. “Na verdade, quando se trata de amor, o ‘longo século XIX’ estende-se não só pelo século XX adentro, até 1914 ou 1917, mas avança sem dúvida pelo século XXI”, afirma em seu livro.
May sustenta duas teses polêmicas: a de que a máxima “Deus é amor” deu lugar à frase inversa “amor é Deus”. O amor como única religião universal do Ocidente nos dias de hoje. E a de que, para a maioria de nós, o sentimento representa o desejo intenso por alguém que possa reafirmar a nossa própria existência. “Se todos nós temos necessidade de amor, é porque todos precisamos nos sentir em casa no mundo: enraizar nossa vida no aqui e agora”, defende.